No episódio de pragas urbanas de hoje,
iremos falar sobre os pombos. Uma ave muito conhecida especialmente por quem mora em grandes centros urbanos A espécie Columba livia pertence à família Columbidae e é originária da Eurásia e África é criada por asiáticos desde a antiguidade mais remota, sendo representada em imagens da Mesopotâmia em 4.500 a.C. Foi introduzida no Brasil no início da colonização portuguesa e
encontra-se na lista de espécies exóticas invasoras. É granívora e
frugívora, ou seja, se alimenta de grãos, sementes e frutos. O bico é utilizado
para revirar folhas secas em busca de alimentos. Por ter se adaptado muito bem ambiente urbano, comumente a vista em praias, centros de cidade, praças, parques e aglomerados urbanos consumindo restos alimentares de seres
humanos, os quais passaram a ser também parte de sua dieta. O ninho é construído em beirais de casas, parapeitos de janelas e edifícios. Põe cerca de dois ovos e faz
de três a seis posturas por ano. Seu ciclo reprodutivo é regulado pela
disponibilidade de alimentos, podendo aumentar o número de posturas se houver comida em abundância. Mas como o pombo se adaptou tão meio ambiente urbano? Os
pontos se adaptaram tão bem ao ambiente urbano por três principais motivos, que
são: oferta abundante de abrigos A arquitetura urbana oferece uma
quantidade enorme de vãos e espaços que servem para o pouso, abrigo e formação de ninhos, protegendo os animais das intempéries. Ausência de predadores; apesar de serem uma das principais presas de aves de
rapina na natureza, no ambiente urbano quase não há predadores. No chão correm o risco de serem predados por gatos domésticos mas a capacidade de voo faz
com que consigam se proteger. E grande disponibilidade de alimentos; as fontes
de alimentação artificial no meio urbano são muito amplas e diversificadas, tanto
pela desordem na destinação de resíduos provenientes de atividades humanas,
quanto que ela alimentação oferecida por pessoas. Mas afinal, quais são as principais doenças relacionadas aos pombos? A
criptococose, histoplasmose e psitacose são doenças causadas respectivamente
pelas fungos Crypyococcus neoformans, Histoplasma capsulatum e pela bactéria
Chlamydia psittaci. A transmissão ocorre pela inalação do agente presente nas
fezes ou nas penas do próprio animal contaminado, como ocorre no caso da
psicose, por exemplo. A severidade dos sintomas respiratórios depende do estado imunológico do paciente. Além disso, pode haver infestação por parasitas. Piolhos,
ácaros, percevejos e carrapatos são artrópodes que infestam os pombos e
podem infestar também as casas levando a problemas respiratórios e alérgicos aos
moradores. Uma doença que muitas pessoas associam aos fungos é a toxoplasmose. Porém, a sua transmissão não ocorre através do contato com as
fezes dos pombos. A única e extremamente remota possibilidade de transmissão
seria através da ingestão da carne da ave crua ou mal passada, se esta possuir
o parasita. Portanto, o pombo não é importante na cadeia epidemiológica da toxoplasmose. Entretanto, além das doenças citadas
anteriormente, há diversas outras zoonoses que podem ser transmitidas pelo contato
com os pombos e suas excretas. Devemos sempre ficar atentos. Como vimos
anteriormente, a maioria das doenças são transmitidas pelas fezes. Dessa forma,
temos que tomar muito cuidado antes de limpar locais onde os animais defecaram,
tomando atenção aos seguintes pontos: umedecer as fezes dos pombos com
desinfetante antes de varrê-las e usar luvas e máscaras para fazer a limpeza do
local. Mas então, quais as medidas de
controle devemos tomar? Para evitar que as pombos se aglomerem ou façam ninho em sua propriedade, devemos tomar os seguintes cuidados: vedar buracos ou vãos entre
paredes, telhados e forros; colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar
condicionado; não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos; acondicionar corretamente o lixo em recipientes
fechados; usar fio de nylon ou arame nos locais de pouso como em beirais, muros e floreiras numa altura de 10 cm; modificar a superfície de apoio das
aves para que fique com uma inclinação de mais de 60 graus; a utilização de
objetos brilhantes e com movimento, como festão de natal, móbile de CD e
manequins de predadores, podem assustar as aves e as afastarem do local por
algum tempo; e por fim, não alimentá-los inclusive, muitos municípios possuem leis proibindo alimentação de pombos no município de São Paulo, por exemplo, a prática pode ser penalizada por multa de até 400 reais.E se observar que há ninho em sua casa, ligue para o centro de controle de zoonoses da sua cidade.